GEOGRAFIA/9º ANO - O MURO DE BERLIM
O
significado do muro de Berlim
O muro de Berlim,
construído em 1961 para consagrar a separação entre as duas Alemanhas -
Oriental e Ocidental - e também entre as duas Europas, foi demolido em novembro
de 1989. Pouco tempo depois, em outubro de 1990, era oficializada a
reunificação alemã. Esse foi um importante acontecimento histórico, pois o muro
de Berlim era o grande símbolo da oposição entre o capitalismo e o socialismo,
entre a área de influencia norte-americana e a área de influência soviética. É
por isso que geralmente se afirma que 1989 foi o ano-chave da crise do
socialismo e das economias planificadas. A queda do muro de Berlim, em 1989,
foi um momento decisivo nas transformações que ocorreram no mapa-múndi no final
do século XX.
Por que esse muro foi
construído? Para que ele serviu? Como ele foi demolido?
O muro foi construído
em 1961 pelas autoridades alemãs-orientais e soviéticas, que temiam a
comparação entre a parte leste de Berlim e a parte oeste, que estava sob a
proteção de tropas norte-americanas, francesas e britânicas. Milhares de
pessoas tentavam a cada ano abandonar a parte leste da cidade e se fixar em
Berlim ocidental. O muro impediu isso. Famílias ficaram divididas. De um dia
para o outro, as pessoas ficaram sem contato com os parentes que moravam do
outro lado do muro.
Durante quase trinta
anos essa divisão da cidade em duas partes, com regimes políticos e formas de
economia completamente diferentes, foi uma rotina. Mas em 1989 uma multidão,
com pessoas de ambos os lados, dirigiu-se a esse muro e o demoliu. As tropas
soviéticas e alemãs-orientais nada fizeram para impedir a demolição, ao
contrário da repressão que sempre ocorria quando alguém tentava pular o muro.
Elas nada fizeram porque naquele momento já estava ocorrendo uma crise do
socialismo e da economia planificada.
A União Soviética, em
1989, vivia uma crise econômica e política, vendo-se obrigada a gradativamente
deixar de lado sua posição como superpotência e, consequentemente, diminuir
seus gastos militares para manter os regimes do Leste europeu. Quando os povos
do Leste, especialmente de Berlim oriental, perceberam que as tropas soviéticas
não mais iriam intervir nos seus países, que não mais impediriam manifestações
populares contra o regime, saíram as ruas e organizaram grandes manifestações a
favor de mudanças. Uma delas, talvez a mais importante, foi essa manifestação
contra o muro de Berlim, que levou a sua demolição.
Por outro lado, nas
últimas décadas, a Europa Ocidental alcançou um notável desenvolvimento que a
tirou da condição de relativa periferia dos Estados Unidos, o que era evidente
nos anos 1950, por exemplo. Desde os anos 1980, tanto a Europa Ocidental como o
Japão passaram a ser vistos como dois novos centros mundialmente importantes e
competitivos, outros polos ou centros de poder do mundo capitalista.
O padrão de vida e o
consumo se elevaram bastante na Europa Ocidental desde os anos 1970, o que
aumentou as diferenças que já existiam em relação ao Leste europeu. Um
trabalhador húngaro ou um polonês, por exemplo, tinham um padrão de vida superior
ao de um espanhol nos anos 1950 e 1960, mas essa situação se inverteu
completamente nos anos 1970 e principalmente nos anos 1980. E em um continente
relativamente pequeno e bastante povoado como o europeu, com muitos meios de
comunicação (rádio, televisão, redes de computadores, fax etc.), não era
possível esconder as desigualdades que aumentavam entre as duas Europas.
Os povos do Leste
europeu sonhavam com o padrão de vida e de consumo da parte ocidental do
continente, mas foi um sonho reprimido até os anos 1980. Com a crise do
socialismo e em especial com o enfraquecimento da superpotência que comandava
esse bloco, saíram às ruas exigindo mudanças, aspirando a uma situação
semelhante à da outra parte do continente. A queda do muro de Berlim, a reunificação
da Alemanha e as grandes mudanças políticas e econômicas que vêm ocorrendo na
Europa oriental desde os anos 1990 resultam de um conjunto de reivindicações,
sobretudo políticas, que remontam às primeiras intervenções militares dos
soviéticos em territórios de alguns desses países em meados da década de 1950.
Adaptado para estudos
– Geografia Critica - J. William Vesentini – Vânia Vlach
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