GEOGRAFIA 8º ANO/ CHECHÊNIA
A SEGUNDA GUERRA DA CHECHÊNIA
Cessada a Primeira
Guerra da Chechênia pelo acordo de Khasavyurt, em 1996 (contaram-se 10 mil
mortos e 500 mil deslocados), que previa a emancipação da região para cinco
anos depois, uma outra logo eclodiu.
Os russos denunciaram
que o governo checheno não conseguira controlar as gangues e o crime
organizado, nem pusera freio às perseguições étnico-religiosas. A Segunda
Guerra da Chechênia, iniciada em 1999, deu-se em resposta a uma série de
explosões de edifícios inteiros na Rússia. Grupos de ação chechenos haviam
dinamitado prédios de apartamentos matando quase 300 civis russos. Entrementes,
outros atentados ocorriam, como a ocupação de um hospital russo que provocou a
morte de 120 pessoas.
A resposta de Vladmir
Putin, o novo governante russo, foi implacável. Grozny, a capital da Chechênia,
foi alvo de bombardeios aéreos que a deixaram totalmente arrasada. E assim,
russos e chechenos mergulharam numa guerra sem fim, numa rodada mortal, na qual
cada ato agressivo de uma parte (a invasão de um teatro em Moscou, com mais de
150 mortos, ocorrida em 2003) em imediata resposta da outra parte (operações de
bombardeamento sobre os refúgios montanheses dos chechenos).
A maior comoção
internacional deu-se com a ocupação armada, entre os dias 2 e 4 de setembro de
2004, da Escola Municipal da pequena cidade de Beslam, na Ossétia do Norte
(Estado vinculado à Federação Russa), por parte de um grupo de 25 a 32
guerrilheiros chechenos-ingushis, provavelmente orientados por Shamil Basayev.
Depois de três dias de tensão, ocorreu um terrível desenlace: 330 civis, a
maioria de crianças, foram mortos por explosões de bombas e tiros disparados
pelos chechenos. Nos hospitais da região mais de 700 pessoas foram internadas
com ferimentos variados. Um clamor de vingança sacudiu a Rússia.
O
impasse da Rússia
Pelo fato do Cáucaso
ter enorme importância econômica e estratégica para a Rússia - lá se encontram
seus interesses petrolíferos e as linhas de defesa da sua fronteira meridional
-, a solução para a guerra contra os chechenos está longe de ser encontrada.
Viu-se que, por uma
série de fatores culturais, aquela república tornou-se um entreposto do crime
organizado, do contrabando e da crescente intolerância étnico-religiosa. Com as
centenas de mesquitas construídas por lá com dinheiro vindo das monarquias árabes
do Golfe, avolumou-se também o ódio anti-cristão.
Além disso, é
inaceitável para Moscou ter que recuar das margens do Cáspio para deixar os
norte-americanos e seus inimigos fundamentalistas islâmicos afirmarem-se por
lá. Justo no momento em que aumentaram a expectativas sobre as reservas
petrolíferas do Cáspio, a Rússia vê-se fragilizada por um guerra sem-fim.
O enfraquecimento
dela, por sua vez, provocou, além do levante dos chechenos, o afloramento de
antigas paixões separatistas dos caucasianos, gerando uma série de pequenas
guerras e graves enfrentamentos entre os povos que recém conseguiram sua
independência (como é o caso da luta travada entre a Armênia e o Azerbaijão
pelo controle do enclave da Nagorno-Karabagh; da Geórgia contra a província rebelde
da Abkhasia; e da separação da Ossétia do Norte da do Sul).
Sem haver a mínima
sombra de uma esperança de paz, a ocupação da Chechênia pela Rússia, tal como
os Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão, afunda numa espiral de violência
que ninguém consegue prever quando terá o seu fim.
Veja o link:
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/2004/09/13/003.htm
Para acompanhar cronologicamente os conflitos na região, siga o link abaixo!
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